domingo, 12 de agosto de 2007

Quase um poema de amor

Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor

Miguel Torga

8 comentários:

sinha disse...

..."E ninguem me desje apaixonado,
ou que a antiga paixao
me mantenha calado"...

belissimo poema

por aqui em portugues
na poesia
uma descoberta

Unknown disse...

Nossa que lindo seu bloog
gosto muito das artes os pemas fazem partem tbm...
uma boa semana bjs

vieira calado disse...

Escrever dizendo que não (se) escreve poemas de amor, já é, de si, um poema de (sobre) o amor.

Uirá Felipe disse...

BELÍSSIMO, POETA!

A cultura brasileira herdou este sentimentalismo retórico-lusitanO!!

Saudações!

Paulo disse...

A poesia, quando têm lá dentro pessoas, é um contentamento permanente.
Voltarei...
Abraço
Paulo

Suspiros disse...

Magnificat, Miguel Torga!
:)

Verônica Aroucha disse...

Adorei seu Blog!
Que belo poema de amor, acerca do amor incontido.
Abraços,
Verônica

Carmen Regina Dias disse...

Minha nosaaaa!!!
Estou maravilhada!
Poeta, sinta seus pés beijados...