sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Meu amor, meu amor

Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

José Carlos Ary dos Santos

2 comentários:

CARMEN FOSSARI disse...

Que momento tão raro, um espaço aos poetas e poetisas tão delicados e densos, ler Ary, assim ao meio de seus pares como Alberto, Cecília,Camões... faz o coração ser olhos .Ver o Reino de Don Dinnis , alastrada a Língua Portuguesa ,ser Língua de Fogo, Língua de Beijos das Imortais sensibilidades poéticas.Obrigada , a quem tomado desta delicadeza de porcelana ,serve-nos este chá imemorial que celebra vivermos, em goles de rimas,versos, reversos
de nós mesm@s.

Cláudia Campello disse...

é de uma profundidade sua poesia que mergulho minha alma e me deleito toda... vc é magico.
bjs
Claudia Campello